Profissionais precisam cuidar não só de 1,7 milhão de km² de florestas protegidas, mas também combater crimes em todos os biomas e inspecionar cargas em aeroportos, portos e indústrias poluidoras
Por Lucas Altino — Rio de Janeiro
Publicado no O Globo
Com aproximadamente apenas metade das vagas de especialista em meio ambiente ocupada, o Brasil tem hoje um fiscal para cada mil quilômetros quadrados de Unidades de Conservação. São 1.698 fiscais, entre os do Ibama e do ICMBio, que precisam cuidar não só da área de 1,7 milhão de quilômetros quadrados de florestas protegidas, mas combater crimes em todos os biomas e inspecionar cargas em aeroportos, portos e indústrias poluidoras.
O déficit de servidores, que prejudica também o licenciamento de obras, é um dos motivos de queixa da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), que entrou em greve — no momento suspensa por decisão judicial — em meio a negociações por reajuste salarial com o governo federal.
O número de agentes em parques no Brasil é proporcionalmente menor do que no Chile e na Argentina, diz Angela Kuczach, diretora-executiva da Rede Nacional Pró Unidades de Conservação. Por causa do déficit histórico, ela lembra que há cerca de 10 anos o governo criou o Núcleo de Gestão Integrada, em que gestores cuidavam de mais de um parque.
— Quando tem que se dividir por várias unidades, a fiscalização fica descoberta, não tem equipe suficiente para identificar rapidamente as ilicitudes. Às vezes a equipe fica a centenas de quilômetros de distância do parque, principalmente na Amazônia. Temos o maior sistema de unidades de conservação do mundo, em território, com equipes extremamente desfalcadas, que não correspondem à necessidade — explica Kuczach.
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